"Cada vez mais se vêm atletas a recorrer á altitude para preparação de grandes eventos, vejamos quais as vantagens disso.
Ao nível do mar, a atmosfera contém cerca de 21% de oxigénio. À medida que subimos, a percentagem de oxigénio diminui, as primeiras alterações sentidas são o aumento dos batimentos cardíacos e maiores dificuldades em respirar.
O corpo não tendo a percentagem normal de oxigénio, aumenta a produção de hemoglobina nos glóbulos vermelhos para aumentar a oxigenação do sangue, fazendo que a energia seja eficiente e maximizada.
Todas as actividades anaeróbicas não requerem adaptação, mas, para atletas de competição que se dediquem a provas de resistência, as transformações resultantes da adaptação podem ser determinantes.
Quanto mais alto for o local, maior é o período de ambientação, a uma altitude entre os 2000 e 2500 metros, o período de adaptação dura cerca de duas semanas, período durante o qual se experimentam sensações de extremo cansaço ou mesmo fraqueza.
Após a adaptação à altitude e aos níveis de oxigénio reduzidos, o corpo como que refina os seus processos metabólicos, apresentando-se “optimizado”, com uma capacidade de oxigenação dos músculos mais eficaz e melhorada, o que se traduz em aumentos de performance na ordem dos 3%, de acordo com os últimos estudos apresentados.
Estudos indicam que, os treinos devem ser efectuados a 2200 de altitude durante 4 semanas, onde a hipoxia (deficiência de oxigénio) estimula a produção de eritopoetina (EPO) na medula óssea, responsável pelo aumento de produção de glóbulos vermelhos e hemoglobina, o pico da produção de EPO é atingido 2 a 3 dias após a exposição à hipoxia e tende a desaparecer gradualmente ao fim de 25 a 28 dias.
Actualmente existe equipamento chamado de "AltiTrainer" que foi desenvolvido sob orientação do Professor Hans Hoppeler, especialista suíço na fisiologia das células musculares, tratando-se de um método revolucionário de treino, que permite uma maior mobilidade dos atletas em menos tempo.
O simulador funciona com uma garrafa de azoto (que é diluído no ar) e o seu método passa por uma utilização activa de "hypoxie", ou seja menos oxigénio, o que simula ambiente igual à altitude. O atleta também pode correr num tapete rolante com a máscara, como pode estar num simulador de remo ou ainda numa bicicleta fixa. A máquina tem um botão regulável que se ajusta desde os 1200 metros aos 5500 e usa correntes eléctricas de 12 volts.
Em Portugal já existem destas tendas, que são utilizada mais assiduamente por atletas das modalidades de Triatlo, Atletismo e Ciclismo, mas, a utilização das mesmas devem ser seguidas de acordo com instruções médicas, porque uma má persoarização pode colocar o atleta em sérios riscos."
Um magnifico texto retirado do blog do atleta do GD4C António Marcolinho, que nos dá informação bastante boa sobre o treino realizado em altitude. Nada que não tivessemos já ouvido, porém é um texto bastante rico e sintetizado. Tudo isto e muito mais pode ser cinsultado no seu blog em:
http://antmarcolino.webnode.com.pt/
Após uma grande desilusão por parte de determinados indivíduos que julgava apoiarem-me e poder contar com eles, parece que só se lembram aqui do "je" quando necessitam, ou quando ainda mandava umas corridas. Mas quem me conhece bem neste momento sabe que gosto de ter perto de mim quem compartilha esse mesmo sentimento, quem não o fizer... podem ir para o outro lado do mundo e nunca mais dizerem nada, pois não fazem falta nenhuma.
Passou-se bastante tempo desde que deixei de treinar com regularidade, muito fruto da minha desmotivação pessoal, e até mesmo por minha decisão achei que estava numa fase da vida que tinha de ser aproveitada de outra maneira. Posteriormente ao curso de Comandos senti a necessidade de uma grande descompressão psicológica, passando muitos dos últimos meses a tentar descobrir que mundo é este que me rodeia.
Com a vinda para estes lados, tudo mudou. Os meus pensamentos, os meus objectivos e os meus hábitos... Após ter percebido o que realmente me faz falta na vida, e com que estilo de vida quero viver, resolvi aproveitar esta experiência para regressar, ou pelo menos tentar, aos treinos devidamente planeados e estruturados. Procurei quem sempre me apoiou nessa área, e na falha dessa procura, notei que as pessoas realmente ou não acreditam em mim e no meu valor, ou então julgam-me bastantes vezes que eu não passo senão de uma mera anedota... will see that!
Pois bem, decidi eu próprio desenvolver os meus planos de treino, através daquilo que aprendi nos últimos anos, sendo insuficiente para realizar um bom planeamento, no entanto esta força que me move neste momento não tem fim, e não vou ficar parado a ver "o trânsito passar". Vou à luta...
É sabido que me encontro em altitude, não sendo ela por aí além, mas estes 1780 metros a que se encontra a cidade de Cabul já dão muitas dores de cabeça. O inicio dos treinos foi bastante complicado, sendo necessário começar com bastante calma, ao qual o ar seco que se faz sentir não ajuda em nada. Os treinos longos chegam a ser um enorme sacrifício, pois ao fim de 1h de corrida, tenho os músculos completamente saturados e a querer pedir para parar... Mas nada que umas boas músicas no mp3 não resolvam! :)
Neste momento os treinos avançam a todo o gás, estando a realizar uma carga semanal de 12 a 13 horas de treino, variando entre os 20 a 25km diários de corrida. A coisa que mais custa é mesmo a área de treino... Uma volta ao campo são menos de 3km, e muitas vezes interrogo-me como ainda não me fartei de andar às voltas! Longe de imaginar quando cheguei que conseguiria estar neste momento a desenvolver este treino, tive uma grande ajuda de um grande atleta do Sporting que neste momento se encontra neste contingente português, fazendo parte dos nossos camaradas Fuzos! Damião a tua ajuda foi extremamente importante para que a minha alimentação mudasse bastante, dando entrada à suplementação diária. Agora noto a extrema importância da suplementação e da hidratação durante e após os treinos... A verdade é que já perdi 8kg desde que saí de Portugal... 8kg?! Tão magrinho que eu ando!
Recomquistei a enorme vontade de treinar, a enorme vontade de me sentir bem comigo mesmo, vendo a Orientação e o Desporto como uma grande filosofia de vida. Não fosse também a minha profissão neste momento assim o exigir... No entanto todos sabemos bem o sacrifício que é conseguir treinar duas vezes por dia. Madrugar para ir treinar antes do dia começar, e mesmo no final do dia ainda ter paciência para voltar a calçar os ténis. Há dias que a desmotivação chega a ser enorme, e facto de não ter competições ou pequenos objectivos aqui durante a missão, deixam-me apenas o pensamento para o mês de Abril. Mês esse em que terá lugar a minha chegada e também a possibilidade de descarregar esta enorme ansiedade! São nestes momentos de baixa motivação que percebo realmente quem me apoia e quem não deixou que as minhas cinzas ficassem no "inferno"...
Irei continuar com os treinos, com o meu planeamento mensal e ver até onde consigo ir. Tudo isto tornou-se neste momento um objectivo para mim, um objectivo claro e enérgico de provar a mim mesmo o que me tem passeado na alma nos últimos meses. Não vou prometer a mim mesmo fazer isto ou aquilo, mas vou prometer de certeza que quando regressar, a Orientação para mim vai passar a ser feita com um enorme sorriso no rosto e uma felicidade interior nunca antes sentida.
